A propósito deste cartoon e de outro episódio de que falarei adiante:
No Verão passado (sim, já foi há algum tempo) fui à praia com a T., a P. e a M.. Estávamos nós as 4 de biquini frente ao mar, eu um bocado mais avançada, a ambientar-me à temperatura para depois me poder atirar para as tão ansiadas águas, e a P. diz-me:
- Tens de nos contar o teu segredo!
Como estavam as 3 em confidências, pensei que fosse qualquer coisa do género, nós contámos isto agora conta tu um segredo teu e olhei perdida para ela. Mas logo se esclareceu tudo:
- A Catarina - disse ela para todas - não tem uma ponta de celulite!
E eu, que nunca fui de ligar a essas coisas (em parte porque o meu corpo sempre me deu uma ajudinha, vá lá) acendi-me num sorriso espontâneo e deitei-lhe um olhar cheio de agradecimento, sim, agradecimento será a palavra certa.
E isto tudo porque (e é este o episódio de que falo no início do post), no outro dia, quando fomos ver Vicky Christina Barcelona, durante uma cena em que a Scarlett Johansson corre para a sua bicicleta para ir buscar não sei o quê à mochila quando ela, a Penélope e o Javier estão a fazer um piquenique, preparava-me eu para segredar ao Pedro que a Scarlett Johansson tem celulite (a cena deve ter sido propositada, ou vão dizer que não repararam??) ouvi a rapariga no lugar atrás dizer exactamente o mesmo ao namorado.
E pronto, com esta frase enorme e difícil de ler me despeço.
JACOB’S LADDER (1990)
Há 1 ano
10 comentários:
O que tem mais graça é que o filme faz se farta de gozar, cinicamente, com todos os que poderiam achar que que a celulite no rabo (ou onde for) de uma actriz tem a mínima relevância num filme. A menos que seja um filme sobre celulite. É por estas e por outras que digo que ainda falta ganhar a emancipação das mulheres.
O que achaste do filme?
Gostei imenso!
Eles estavam todos fantásticos e nem achei que a prestação da Penélope tenha sido a melhor. Adorei a Rebecca Hall, adorei mesmo, e a Scarlett Johansson também esteve bem mesmo com aquele ar sem sal (que era o que era suposto ter!). E o Javier Bardem estava excelente, claro.
Ah, e adorei aquele actor que faz de amigo da Rebecca Hall na casa de quem ficam. Apareceu pouquíssimo, mas é um óptimo actor!
Mas, olha lá, tu afinal és um homem ou não? Ou se calhar não leste o título do post... :P
Mas já agora, porque é que dizes isso do filme? Não achei que gozasse com isso, aliás nem achei que pensassem particularmente nisso ao longo do filme, só achei foi que naquela cena devem ter feito de propósito, de outra forma não se justificaria terem deixado a celulite à vista de qualquer umA.
Mas porque não haveriam de deixar a celulite à mostra? Não faz parte do corpo dela? Não é vulgar?
O filme goza com os estereótipos mais usuais: sobre o amor, sobre o romantismo, sobre mulheres, sobre homens, sobre espanhóis (e europeus), sobre americanos, sobre artistas, sobre gente séria, gente menos séria, sobre burgueses. E, também, sobre a beleza. Acho que é dos filmes mais ácidos do Woody Allen.
Gostei mais de ver a Penélope Cruz. Em todo o caso acho que ficam todos muito bem a andar de bicicleta.
Faz parte do corpo dela, só que, como sabes, nos filmes tens sempre aquelas cenas artificiais, em que as meninas aparecem sempre belas e estonteantes com os cabelos sempre penteadinhos ou desalinhados *daquela maneira* que lhes fica tão bem, e a maquilhagem subtil que lhes realça *aquela* característica, a melhor que possuem, etc., etc.. É assim mesmo.
E a Scarlett Johansson não deixa de ser bonita por ter celulite! e até me arriscaria a dizer, muito pelo contrário, dá-lhe um ar mais natural, se calhar! :P
Pois, também acho que fica melhor mais natural. Aliás, aquela boquinha photoshop irrita-me, e só me reconciliei com as participações dela em filmes por causa deste.
Sim, a boca dela é enjoativa (i. e., a princípio gostas e depois já não suportas).
Mas que fizeste tu com a boquinha da Scarlett Johanson até ao enjoo?
Olhar para ela? Não, nada que entre nas fantasias típicas dos homens...
Agora achas que eu sou um homem típico?
Fantasia típica de homens típicos e atípicos.
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